terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Doença

Essa semana, o massacre em uma escola do Rio de Janeiro, deixou perplexos um País, e parte do mundo... O surto de um jovem de 20 e poucos anos que matou 12 crianças e suicidou-se. Não há o que justifique, o que este indivíduo fez, não existe argumento que o descrimine, e principalmente que console as famílias ou desdramatize principalmente as crianças que viram seus colegas e amigos morrer ou levaram tiros.

O que ouvi das pessoas desde que souberam do caso (quase todas as que conheço) foi algo no sentido de revolta, ou procura de solução, pessoas dizendo que deve haver segurança nas escolas, retirada de armas das ruas, pessoas desejando que ele queimasse no inferno, e outras desejando que Deus tivesse piedade de sua infeliz alma, pessoas dizendo que a culpa era da família dele, pessoas chamando-o de louco, doente, complexado às mais diversas formas, ok, não vou dizer que não há sentido algum nessas coisas... Porém, hoje (08/04) pela manha um comentário de um amigo meu, me pareceu muito mais sensato, não lembro as exatas palavras, mas ele disse que o sujeito era vítima da sociedade.

Sim, não sabemos (Até o momento) os motivos reais do porque de ele ter feito isso, mas, hipóteses de hereditariedade de esquizofrenia, ou outras doenças mentais a parte, existe outra doença muito mais grave e que, muitos de nós não percebemos, esta tomando a todos nós de maneira alarmante, como uma epidemia: a individualidade. Sim, somos individualistas, queremos ser únicos, originais, e selecionamos com quem interagiremos por seu nível de compatibilidade conosco. Ok, não é via de regra, mas tem muito disso, e isso cria certo afastamento, e muitas vezes uma “submissão” do excluído que precede a revoltas as vezes de uma proporção assustadora como foi a do rapaz. Poucas pessoas estão de fato abertas a amizades com pessoas diferentes.

Mas o fato é que as pessoas são diferentes! Nem sempre vai ser fácil um gremista conviver com um colorado, uma menina com um menino, uma pessoa quieta com uma extrovertida, mas ser “xiita” não é o caminho. Sempre há uma pessoa que por algum motivo não adere ao grupo, às vezes ele é o individualista e acha que não tem nada a ver com os outros, mas às vezes é falta de acolhimento do grupo, esse distanciamento gera muita coisa, as pessoas são muito cruéis, entenda.
Mas eu sei, que se uma pessoa não quer, duas brigam sim, e que se uma pessoa quer, duas pessoas podem ser amigas também. É questão de saber conviver, não digo nem aceitar, apenas respeitar.

Não sei o que houve, mas depoimentos confirmam que o rapaz era altamente retraído e sem amigos, mas duvido que se ao menos uma pessoa tivesse olhado para esse pobre infeliz, tivesse se interessado a ponto de não querer deixá-lo sozinho, de acolhe-lo à amizade, não digo por pena, mas por uma questão de humanidade, é quase instintivo, não podemos viver sozinhos, desde a pré-história, não apenas os seres humanos mas a maioria dos animais viviam (e até hoje é assim) em conjunto, mas alguma coisa mudou, hoje o coletivo também é individualista.
Aprendamos a ser humanos, resgatar os reprimidos, todos temos algo diferentemente especial, e somos especiais apenas por sermos diferentes, podemos impedir que esse tipo de história se repita...
08/04

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