domingo, 25 de dezembro de 2011

Vale a pena.

É um pedido de desculpas. É alinhar o relógio torto na parede. É uma declaração de amor. É organizar o armário, pôr tudo no lugar. É lembrar o que foi esquecido, fazer o que já deveria ter sido feito.É fazer valer a pena.

Na verdade nunca vi muito sentido em apenas fazer o ano valer a pena no final, a moral esta em fazer o ano valer apena todos os dias, fazer cada dia valer apena, sei que isso pode parecer meio que clichê, e na verdade é, mas os clichês só são clichês por serem verdadeiros, ou ao menos em parte.

Mas talvez por isso que essa época do ano seja diferente, por que no ímpeto de querer resolver os nós deixados ao longo do ano ou dos anos, nos tornamos corajosos, agimos em prol de fazer valer a pena, e vale a pena.

Faça valer a pena agora, e comesse 2012 fazendo valer a pena (até por que é o ultimo ano desta era não é mesmo?), ou então deixe a emoção de fazer valer a pena só no finalzinho, cada louco com sua loucura...

Enfim, na verdade escrevi apenas por que já fazia algum tempo que havia sumido, e não gostaria de deixar passar em branco esse restinho de ano, resolvi fazer algo que não poderia deixar apenas para o próximo ano, e resolvi aproveitar o embalo de hoje que fiz tantas coisas que já deveria ter feito, hoje Valeu a Pena.

Feliz Natal, e um próspero ano de 2012 que valha a pena do inicio ao fim!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Perfeição Opcional.

Não questiono a quem amo, sem mais. A beleza de cada um esta na sua habilidade de esconder sua feiúra ou na cegueira de quem vê.

Quantas vezes optamos por acreditar em alguma mentira justamente por saber que a verdade desagrada?Ignorar indícios de verdades, colocá-la para debaixo do tapete e vendar os próprios olhos. Se você nunca fez nada disso, parabéns, eis uma façanha para poucos...

Talvez por isso aquela famosa frase: "O amor é cego", mas é cego por querer ser, ou talvez só possa ser por ser cego, pois se não fosse cego ao amar, provavelmente não se amaria.

O fato é que mentir pra si mesmo é comprimir uma dose dupla de dor, pois se sabe da desagradável verdade e do fato de que se esta sendo enganado (mesmo que seja por você mesmo. Então entra o dilema: Manter-se enganando a si mesmo com uma felicidade lesa, ou encarar o choque da verdade?

Entender que a verdade dói de mais, mas dói uma vez só, e parar de se contentar com o Sol coberto com a peneira, com a mentira agradável, mas que lapida corações que se petrificam com o tempo, e machuca um pouco toda a vez que é lembrada.

Eu não aprendi, eu aceito as mentiras que conto pra mim mesma, e no final acabo acreditando, o fato é que válvulas de escape não funcionam por muito tempo, se há algo ruim, que te magoa, não há algo que vá te proteger, a verdadeira diferença esta em saber lidar com a dor, com o problema, com a verdade. Fechar os olhos não faz com que toda a sujeira suma.

Não questiono quem amo, ignoro os defeitos, o passado e os erros daqueles cujas companhias me agradam, e até as que não agradam, pois amo pessoas e coisas desagradáveis, até porque amar não é escolher, e deixar de amar não é opcional.

domingo, 13 de novembro de 2011

Amar Errado

Acho engraçado quando as pessoas se tornam feias impulsionadas por sentimentos bonitos, cometem escabrosos atos por uma boa causa, um nítido exemplo é o amor.

Aaaah, o épico amor, a massa grudenta dos maiores bolos das vidas das pessoas, a essência das maiores obras artísticas, o instinto a parte da humanidade. Sim, todo o amor possui uma porção (geralmente muito alta) de ódio diluído (ou seria o oposto?).

Amamos, queremos, temos, controlamos.

Quando amamos uma pessoa, queremos-na de forma exclusiva, em um ato de EGOISMO, e quantas vezes mandamos e desmandamos na pessoa amada? PROIBIMOS que ela saia com outras pessoas, que ela de atenção a outras pessoas, que ela tenha uma vida social, DOMINAMOS, cada passo, para que esses venham apenas até nós. INVESTIGAMOS, o celular, o Orkut, o Facebook o MSN, o twitter e seus blogs. DESCONFIAMOS, de qualquer olhar diferente para outra pessoa, e temos CIUMES desses.

Egoísmo, proibição, domínio, investigação, desconfiança e ciúmes, palavras tão feias, compostas por sentimentos pequenos, e incomparáveis a grandeza do amor, tão enaltecido por poetas,e menininhas bobocas que escrevem entre suspiros em seus diários rabiscados de corações coloridos, entenda, nos tornamos pessoas feias e erradas enquanto vivemos uma coisa tão bonita quanto o amor. Aprendamos a amar! Liberta quem tu amas.

Poligamia? Não acho uma má ideia(brincadeira), mas um pouco de flexibilidade e segurança não fariam mal, muito pelo contrario, mas o fato é que precisamos dessas coisas feias para nos sentirmos seguros, porque também faz parte da natureza humana ser inseguro, e essas contradições são vividas mas nem sempre compreendidas ou percebidas. Certo, essas coisas feias não valem pra todo mundo, mas no fundo, todo mundo sente, nem todo mundo investiga o namorado (A), mas acontece em algum momento de agirmos ou ao menos pensarmos assim.

Aprendamos a ser alguém que faça jus a beleza deste sentimento e a beleza que ele nos faz ver nas coisas e nas pessoas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pipocas sem Sal

O que é falsidade? Segundo o sábio Aurélio:"s.f. Propriedade do que é falso. / Mentira, calúnia. / Hipocrisia; perfídia. / Delito que comete aquele que conscientemente esconde ou altera a verdade" mas na pratica é algo muito mais peçonhento.

Todos nós somos falsos em algum momento, é um encanto, uma mentira, é como um adorno ou uma maquiagem a uma personalidade imperfeita,até por que não é bom ser verdadeiro em tempo integral, ninguem gosta de gente verdadeira porque a verdade é imperfeita, asssim como as personalidades, e essa "falsidade" é o sal da pipoca, ninguem come pipoca sem sal, mas o detalhe, é que sal de mais faz mal.

Quantas vezes preferimos comer pipoca com muito sal a morrer de fome, e no final descobrimos que não valeu a pena, que seria melhor morrer de fome.

Solidão é o que resta, um jejum dessa pipoca salgada...Estive pensando, e cheguei a uma conclusão, as pessoas que mais tem problemas com pessoas falsas, são as que tem mais tendencia a serem verdadeiras, aquelas pipocas sem sal que falam verdades que nem sempre agradam ao serem ouvidas, que tantas vezes são inconvenientes e até mesmo desnecessarias.

Depois de metaforisar as pipocas, sal, e pessoas e falsidade, falemos literalmente. As pessoas são falsas, sem mais. Por que se não fossemos não nos aturariamos, a convivência com pessoas sinceras e verdadeiras é um saco, pois somos intolerantes com falhas, e todos somos verdadeiramente falhos, e para que sejamos aturados somos falsos, falsidades sutis, etiquetadas como bons modos. Talvez não chegue a ser falsidade, é apenas segurar os impulsos, largar a espontaneidade, é falso.

Como tudo na vida, necessita de um limite, e é muito tênue o limite entre uma pessoa adornada de uma perfeição inexistente(que pode ser considerado falsidade) e uma pessoa que destorce fatos e palavras, mente e vira o mundo ao avesso a seu favor, e essas, essas sim são as perigosas, e lembremos que alguém que consegue ser "levemente" falso, não tera dificuldade de se tornar uma legítima víbora.

Lidar com gente falsa é o que é mais dificil, na verdade em meus 16 anos e meio de vivencia nesse estranho mundo, tendo encontrando pelo caminho algumas cobras, cheguei a conclusão de que existem duas coisas a fazer ao encontrar uma cobra: Ou corte sua cabeça, ou (menos eficaz, porém mais aconselhavel) correr, se afastar, para o mais longe que puder, não cobrar suas atitudes, apenas deixar que seus venenos e mentiras gritadas acoem dentro de suas consciencias(se elas tiverem uma) e as envenenem, Enquanto você se afasta, em silêncio.

Meça bem o sal da pipoca, preserve os rins.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um momento de surdez, por favor.

A surdez deixa de ser uma deficiência quando as pessoas são deficientes por falar. As pessoas falam de mais, não entendem o peso das palavras e ficam por ai abrindo crateras de palavras pelo chão, crateras nas quais tentam jogar as outras pessoas, e que até mesmo, vez ou outra elas mesmas vem a cair.

Mas talvez pior do que falar de mais, é falar coisas sem o mínimo fundamento apenas para suprir a necessidade de falar. Gosto de escrever por que quando se escreve, é muito mais fácil de ver incoerências, perceber imbecilidades pensadas sem que se precise cometer a maior imbecilidade que é falar, é a materialização do pensamento, de forma que possa ser moldado e corrigido antes que possa ser lido. Não se pode mudar o que foi dito depois que já foi ouvido, por isso às vezes gostaria de ser surda, e que às vezes me abrigo nos meus tão criticados fones de ouvido, para que eu não ouça todas as imbecilidades deste mundo e dessas pessoas.

Falar o que é necessário, pode parecer clichê, mas "pense duas ou mais vezes antes de falar" talvez essa seja uma das poucas frases que possa ser repetida desmedidamente, como contar até três antes de libertar a raiva, por que palavras podem ser coisas tão devastadoras e tão tolas quanto esta.

Não vou querer que o mundo se cale, quando não é ele que se incomoda em sem incômodo, quando ele não se chateia em ser irritante e irracional, quem esta cansada de ouvir murmúrios com as mais diversas opiniões, mesmo jamais desconsiderando as coisas que não me agradam, peço um momento de surdez para que eu não desgoste das pessoas que falam de mais. Ouvir de mais, falar de mais, tudo isso atrapalha a convivência.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Apenas Versos

"Eu quis instaurar o caos
No seio da moradia
Quis acordar meu lado mau
No nascer da noite
No meio do dia.

Eu quis dormir pra sempre,
No berço em que o sol jazia
Eu quis me esconder no ventre
Da ilusão que me prendia."

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Minha Terapia

Não posso descrever o ar que respiro, que as vezes me falta, mas que de qualquer maneira me mantem viva constantemente.

Talvez por isso eu escreva apenas coisas não muito felizes, aprendi a esmiuçar qualquer resquício de infelicidade e trazê-los a este recanto, para que não possam crescer dentro de mim. Talvez ciúmes da minha felicidade, ou medo de que os outros tenham ciúmes dela... Não aprendi a escrever coisas bonitas sobre felicidade por que ela é naturalmente bonita, não precisa de frases elaboradas, e ela esta em todos os lugares, nem sempre tão distinta, mas em contraste com as coisas feias, por que assim como o caos e a dor, ela também esta abrigada nas banalidades.

No sol rasgando a neblina de manha, no vapor dançante fugindo do café, no sorriso de um desconhecido, nas bobagens faladas, nos cálculos corretos, no vento, na chuva que bate na janela, no semáforo que abre, no brilho das luzes da cidade noturna, no riso de uma criança, no reflexo da poça d'água, na valsa das nuvens, no ócio desatento, na sensação impar de deixar o corpo cansado cair na cama no final do dia que foi uma mistura quase homogênea de caos e paz.

Se entendo o caos, aprendo a valorizar a paz. Se hoje estou triste amanha minha felicidade sera gritante, é um jogo de contrastes que apenas requer um breve estudo, um pouco de cuidado para que possa ser distinguido. Não se preocupe, estou bem, é só um pouco de overdose de contrastes.

domingo, 16 de outubro de 2011

Talvez uma bobagem, ou um desabafo...

Ainda não tive o imenso desprazer de ter alguém querido levado pela morte, mas já tive uma breve noção da dor que ela causa, vi esvair-se o brilho no olhar de um sorriso com uma boa lembrança, e já senti indiretamente essa dor... Talvez por isso eu ainda consiga falar de morte de forma quase natural, e provavelmente de forma errada, mas esse texto não tratara de morte, ao menos não da morte comum, falarei de uma morte diferente, uma quase indolor pela qual passamos e vemos as pessoas que um dia amamos passar e dói apenas quando caímos na real, elas morrem e nós morremos sem perceber, só dói quando nos damos conta de que não há como voltar atras...

A pouco tempo notei que o brilho em meu olhos também se vai mesmo que eu esteja sorrindo ou lembrar coisas boas, e que rever algumas pessoas mais me angustia do que me alegra, não que eu não goste mais delas, mas é que revê-las com novos amigos, novos trejeitos, novas gírias, novos sonhos, e perceber que não acompanhei essas mudanças e que já não faço parte dessa vida, me trás saudade do tempo em que estávamos juntos, mas ao mesmo tempo me alivio em notar pequenos resquícios do que ela já foi. Não é ciumes, ou talvez seja, até porque, mesmo que voltemos a ser unidos como antes, não será a mesma coisa, meu velho amigo morreu, em seu lugar esta outra pessoa que eu talvez já não mais conheça, e isso assusta...

É uma perda, assim como a morte, por que depois que ha o distanciamento, não volta a ser como era, por mais que se tente, sera uma nova amizade, mas as vezes apenas teimo em me agarrar as lembranças que trazem o desejo de que seja como antes, talvez por que eu jamais tenha assimilado aquele clichê que diz que "tudo é passageiro"...

Seja por uma morte violenta, vinda de uma discussão, palavra mal dita, precipitada, ou no sutil sucumbir do tempo com a implacável rotina, ou com novas amizades.

Mas no final das contas, velhos amigos sempre viverão em nossas mentes, as boas lembranças não morrem, apenas nós morremos, nós da maneira que eramos, se é evolução ou degradação, é mera questão de opinião, mas o fato é que não passamos de, como diria o grande Raul, "Metamorfoses Ambulantes". Quem fui a 1 ano atras já não existe mais melhorei algumas coisas, piorei em outras, deixei amizades pra trás amizades que me faziam mal, e também deixei amizades que me faziam bem, não por opção, mas por que quem sou atualmente é totalmente incompatível com essas também novas pessoas.





domingo, 9 de outubro de 2011

Não Ser, apenas Estar

Na maior parte das vezes não sabemos o que fazer quando o assunto envolve sentimentos, talvez porque o ser humano não sabe lidar com maus sentimentos, e tenta ser racional para evitá-los, mas não percebe que sentimentos não são coisas que podem ser resolvidas racionalmente, é como tomar aspirina pra resolver um cálculo matemático, é um meio de resolver problemas que não serve pra esse tipo de problema...


Assim nos perdemos, dentro de labirintos criados por nós mesmos, uma teia de sentimentos e pensamentos que nos prende, nos confunde, e nos leva a tropeços e erros que jamais poderão ser julgados, porque apenas nós mesmos sabemos o que se passa em nossas mentes e em nossos corações, e ninguém é capaz de julgar a si mesmo... E isso torna o certo e o errado coisas tão relativas, e até sem sentindo e quase indistinguíveis. E isso é assustador.


Estive pensando: ninguém quer estar triste, ninguém quer se sentir mal, então, tomemos isso como "errado". Se você estiver feliz, se você estiver se sentindo bem, então você agiu certo, certo? Porque independentemente do que os outros vão falar, no fim é só você que importa, não é ser excêntrico, é apenas pensar no que você quer, e no que te faz feliz, mas se orgulhar os outros te faz feliz também, então considere, e aja de acordo com o que te dizem, quem sou eu pra te dizer que deve ignorar ou não o que os outros dizem, se isso te faz feliz?


Enfim, esteja feliz, isso basta, até porque, se as pessoas não se contentam com a sua felicidade, elas não têm o direito de opinar contra ela, em minha opinião. Ser feliz, é algo que ninguém consegue plenamente, mas se você estiver feliz, já é um começo, é a fuga do erro, já que antes ele era quase indetectável.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tristeza por falta, ou contra falsa Felicidade

Hoje não estou bem. O céu esta azul, o Sol esta brilhando, a temperatura esta agradável, comi um pedaço de pizza fria no café da manha, calcei meus tênis mais confortáveis, e ao sair de casa me foi concedida a dádiva de por acaso o radialista ter tocado minha música favorita. Consegui forçar um sorriso a um velho conhecido não mais relevante na minha vida e menti para alguns amigos quando questionada se estava tudo bem.

Está tudo em ordem, nem mesmo a chuva que veio lavar meu corpo e alma no final da tarde e que quase destruiu o livro que ainda não terminei de ler me chateou, o livro era um saco mesmo...

Mas a noite sozinha no meu quarto, o espelho me mostrou a face jovem ocultando uma alma velha e cansada, vi o sorriso ocultando contrações faciais desgostosas, de desgostos sutis do dia a dia, mas que possuem o dever de serem sucumbidos pelas coisas boas, ou pelo mero consolo de que "podia ser pior" ou "Não há nada realmente errado". Vejo também a falsidade nesse rosto, mantida pela necessidade, talvez não de estar, mas de aparentar estar bem.

Jamais entendi esse problema que o mundo tem com o protesto silencioso contra tudo que a melancolia representa. Não estou dizendo que gosto de ficar triste, estou dizendo apenas que ao contrário da maioria das pessoas, estou cansada de aceitar com um sorriso sem graça as coisas que não me agradam, fingir que estou bem e condenar meus lutos, sucumbir minhas dores e sorrir sem estar feliz. Sorrisos são coisas maravilhosas, a perfeita expressão corporal de um regozijo da alma, e que as pessoas veem banalizando, utilizando como uma máscara para ocultar males não encarados, problemas apenas aceitos e consequentemente jamais solucionados, se tornou uniforme, todos devem usar, isso exercita a falsidade das pessoas, e fica cada vez mais fácil vê-la, e esse talvez seja o maior motivo da minha infelicidade, além do fato de querer me desprender de qualquer coisa que possa me assemelhar a elas, que me repulsam.

Adotei um olhar enraivecido, revoltado, descrente, frio, distante e sincero no lugar de um sorriso falso, por obrigação. Quando eu estiver feliz, sorrirei, não será todos os dias, mas será sincero.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Coragem ou falta dela?

Coragem, é o que necessitamos todos os dias, para abrirmos os olhos e vermos um mundo repleto de coisas desagradáveis, para tomar fôlego e sair de nossas confortáveis camas para irmos fazer coisas que não gostamos, conviver com gente falsa, e desagradável? Coragem, amigos, é algo que mesmo que as vezes nos fuja, nós temos, pois nos falta coragem para dar fim nessa guerra diária contra nossos desgostos.

E as vezes a mente foge do controle, e vaga por más ideias, ou desejos de que tudo acabe, meros acidentes que pudessem apenas nos salvar de certas agonias diárias, que somadas quase nos derrubam...Mas poucos são os que tem coragem de realizar essas ideias, até por que ao contrario dos outros muitas vezes não percebem que se tratam apenas de momentos ruins, e que por mais que pareçam eternos ou insolúveis, são passageiros, como tudo na vida...

O Ponto a que quero chegar é: tenho o direito de tirar minha própria vida?

O suicídio sempre foi um assunto que me seduziu de mais, sempre me intriguei com a ideia de alguém querer atentar contra a própria vida, enquanto a maioria das pessoas prezam pela vida e tem pavor da ideia de morte. Na verdade eu sempre fui curiosa em relação as duas coisas: a morte e a vida.

Não quero acreditar que seja o fim, que "morrer" seja o final de tudo, há fortes evidências de que de fato não seja, mas eu nunca soube em que acreditar, mas nas poucas vezes em que senti qualquer resquício de risco de morte, tive medo, e outras vezes tive medo de continuar vivendo, pois eu sei as coisas que posso encontrar na vida, e elas me assustam.

E se eu disser que nunca deixei minha mente imaginar coisas que pudessem tirar minha vida, estarei mentindo, mas de qualquer forma, tenho medo de deixar de viver, por que também não sei o que me espera "lá".

É preciso ter coragem pra viver, e é preciso ter coragem pra morrer, mesmo que seja suicídio...




Abstinência

Não vi momento melhor para escrever sobre isso, andei desligada de certas coisas, não que elas me fizessem mal, mas apenas pela possibilidade de causar um martírio que me faz bem, pode parecer um pouco masoquista, mas falo do ato de sentir falta. Não é saudade, é sentir falta. Entre as coisas das quais me abstive, foi a publicação de textos, não deixei de escrever, apenas quis silenciar o que eu dizia, pensar sem falar, fazer sem mostrar o que acaba por parecer que não fazia ou pensava ou escrevia, já que eu não abria a possibilidade de alguém ler.

Eu vi algumas pessoas sentirem falta de ler o que eu escrevia, e não vou negar que me senti bem por isso, por que saber que alguém sente falta de você ou de algo que você faz, prova apenas que é bom, ou que agrada, e agradar as pessoas que se gosta é gratificante.

Viver inconstantemente, acelerar cada vez mais e mais, às vezes ir devagar, e às vezes apenas parar. Talvez parar seja a forma mais fácil de quebrar o constante, já que intensificar além de não fazer “sentir falta”, demanda muito mais esforço. Por isso às vezes paro, e fecho os olhos, para que quando retornar a caminhada, ela seja prazerosa, e quando abrir os olhos, eu sinta como se as cores tivessem renascido.

É o melhor filtro que há. Abster-se de algo, é por a prova a sua importância, apenas assim, se da oportunidade de sentir falta, nem sempre se sente, o que prova que era algo que na verdade você não precisava... Mas quando se sente falta, e se sabe que se sente por opção, que assim, que lhe parecer apropriado, mesmo que sem motivo, você pode simplesmente dar-se o presente da quebra de abstinência, como uma forma genérica de matar saudade... E no outro caso, perceber e livrar-se de alguma futilidade.

Descobri que, meus textos não eram uma futilidade como eu suspeitava, descobri falsos elogios e elogios que não haviam sido ditos...Obrigada.

25/09/2011

Primeiro Dejá Vu

Sinto não pertencer a nada disso, coisas de lugares distantes, imagens, qualquer vestígio de algo que não pertença ao que me cerca, me parece atrativo, e quando degusto ares de outros tempos ou lugares me conforto no prazer de querer pertencer a isso, mesmo sabendo ser impossível.

Estou aprisionada, não sei exatamente por o que. Quando tenho as chaves das portas trancadas que me prendem, e apenas insisto em permanecer no meu martírio. Talvez minha alma esteja acorrentada aos segredos que anotei em bilhetes e espalhei por ai. Talvez não seja nada que alguns comprimidos e alguns dias de sono não curem.

Talvez depois que o sol me deixou, eu tenha entrado em uma alfândega maldita, entre o sonho e o real, onde ha a incerteza do sonho, algo ilusório e tênue, mas com a dor do real, algo intenso e indomável. Não sei a quanto tempo aqui estou, sei apenas que não posso sair, meus banhos constantes de lagrimas me fazem querer me afogar nestas, meus olhos perdidos no escuro me fazem sentir incorporada a ele que não permite a ninguém ver meus sorrisos.

De um segundo a outro, uma revolução. Corro durante muito tempo sem nada encontrar, como se o mundo tivesse se escurecido. Notei que meus olhos na verdade estavam abertos a procura de algo que não há na escuridão, quando fechei meus olhos o medo foi ofuscado, pela luz que não havia La fora, em qualquer lugar. Vaguei pelo escuro, tropeçando em meus próprios pés, sem perceber que estava no isolamento de meus pensamentos a luz que me fugia, o regenerar de uma alma que buscava longe as respostas que estavam dentro dela.

01/08/2011

Quem sabe, confuso?

Andei fazendo tudo errado
Mas a razão estava do meu lado,
Andei chorando amargas lagrimas
Que não curaram minhas lastimas
Andei sofrendo velhas dores,
que desgastaram meus amores,

Andei percebendo que meus sorrisos
Se constroem quando ajo sem juízo,
Eu joguei fora tudo isso,
Abandonei meus paraísos,

Viver a realidade aqui e agora
Amar de dentro pra fora,

Talvez mais fácil fosse,
se a realidade não fosse,
Um delicioso veneno doce

21/07/2011

Os Sonhos

Os melhores sonhos são os que não se realizam, pois a expectativa os embeleza, o real é tão banal que transforma muralhas em montes de sucata, príncipes em sapos gordos e nojentos e princesas em barangas fúteis e chatas e falsas.

A idolatria é mais concebível a distancia próxima onde se encontra o sonho, é menos frustrante, e mais durável. Quando um sonho se realiza, é como se perdesse a magia, o encanto. O sonho é o projeto perfeito para o executor incompetente que é o destino, munido apenas de sorte e azar. Quem na infância nunca quis de mais um brinquedo, e ao ter percebeu que perdeu a graça? É a mesmíssima coisa, o sonho que se realiza.

O Paradoxo esta no sonho, que vira sonho após ser real, e fica como uma saudade, mas ao mesmo tempo não deixa de deixar o gosto do desejo de realização. Da mesma forma deixa a impressão de algo que já foi o que devia ter sido, como se tivesse sido mal aproveitado, uma chance desperdiçada, um desejo de restart.

No fim, se trata apenas do velho, confuso, cruel, e tosco antagonismo entre a maravilha de sonhar e realizar, um jogo de expectativa e frustração, que no fim machuca a todos em algum momento de sua árdua passagem pela terra.

Sonhe, e se possível realize alguns de seus sonhos, mas tente deixar o real para o real, não se importe de ser egoísta e guardar alguns de seus melhores sonhos apenas em seus sonhos, tente não misturar as coisas, essa gangorra de sonho e realidade dificilmente faz alguém feliz. Permita que alguns sonhos tenham a função apenas de te fazer dormir sorrindo e te fazer acordar para a sórdida realidade de bom humor, entre esses dois mundos, sonho e realidade, existe um limite tênue, mas que precisa ser respeitado, para o bem dos dois lados.

19/07/2011

Os Extremos

Um abismo é o que há entre a teoria e a pratica.

Saber que tudo muda nada é eterno, que apenas quem se adapta terá sucesso, que as saudades são a maior prova de como é valiosa uma lembrança, mas que ela ficara pra sempre no passado, como algo que já foi o que tinha que ser, e que a melhor despedida é a com risos é uma coisa. Mas fazer um mero sorriso tristonho e não derrubar se quer uma lagrima na hora da partida é infinitamente mais difícil.

Saber, que você não deve fazer certas coisas, que vai contra o que alguém como quem você quer ser faria, se regrar em pensamento, e, de repente, perder o controle, cair na tentação.

Entender que na verdade o que há dentro do seu coração é apenas sangue, e que qualquer cardiologista diria que ele esta em perfeitas condições, e senti-lo dilacerado, sentir que falta um pedaço dele é totalmente emocional, longe de racional.

A teoria e a Pratica, o sim e o não, o entender e o sentir, o emocional e o racional, são as maiores distancias entre a mente e o coração, como o perpetuo e o momentâneo.

O Fato é que essas enormes distâncias habitam cada um de nós, e distorce nossas opiniões, pois, ora nos faz pender para um lado, ora nos faz pender para outro, e seguimos nessa constante inconstância.

No fundo, buscamos a conciliação desses extremos, procuramos uma passagem que os una, e nos faça assimilar os dois simultaneamente, quebrar essa distancia que nos divide que nos faz duvidar de nós mesmos, e é tão difícil.

07/07/2011

Um Delírio na Madrugada

Se eu voltasse exatamente há um ano, e me contasse como tudo esta, as mudanças de muitas pessoas, as minhas mudanças, as minhas escolhas, meus atuais desejos e opiniões, minhas atitudes, minhas virtudes e erros... Eu acho que eu me condenaria por algumas coisas, me aplaudiria por outras, mas principalmente, não acreditaria. O tempo nos leva nos transforma, enquanto pensamos que apenas o que esta a nossa volta esta mudando, se quer percebemos a mudança mais explicita como as do espelho.

O problema de viver boas coisas é ter um monte de boas lembranças. Lembranças repletas de saudade, que é uma coisa ruim. Coisas ruins, não deixam lembranças com saudade, o que é bom.

Quem entende?

Gosto de me perder nestes e outros paradigmas, e me deixar delirar pela fria madrugada, acompanhada apenas de mim mesma. Pois o sereno da noite traz o entorpecer de meus pensamentos, um entorpecer sóbrio, atóxico.

E meu contento com as mentiras verdadeiras (que não passam de verdadeiras mentiras), se vai, e penso, penso, em busca de uma verdadeira verdade verdadeira.

Resgato as lagrimas não choradas, de musicas não escutadas, de palavras não faladas, e misturo tudo em um delírio e permito que se realize nos versos de uma prosa estranha.

25/06/2011

Três Fatos

Atendendo ao pedido da Aline.

1° Fato: Somos um mosaico, cada um de nós. Cada fragmento deste mosaico é alguém que amamos e odiamos. Nossas qualidades são moldadas pelas pessoas que amamos, quando copiamos suas qualidades e queremos impressioná-las para que elas nos amem também, mas também são moldadas pelas pessoas que odiamos, em nossa sede de superá-las e nos divergirmos delas.

2° Fato: Nada e ninguém lhe pertencem neste mundo. Deste mundo, você não leva nada, pode até deixar algumas boas lembranças, e pessoas que com saudade que carinho se lembraram de você, mas nada além disso...

3° Fato: Seres humanos não foram feitos para esse sistema, a perda é sempre algo doloroso seja em caso de morte ou de partida, e a culpa disso é o “1° Fato”... é como perder uma parte sua e saber q outra pessoa a terá, e rever alguém que você perdeu andando por ai com outros amigos, outros costumes, outras roupas, outros trejeitos, e sentir que jamais fizera parte da vida deste quase estranho é muito difícil. A perda de uma peça, mesmo que possa parecer uma peça inútil, ou que não seja a favorita é sempre algo dolorido.

E é nos tropeços destes três fatos que conhecemos a saudade, que é como um espinho em meio às lembranças.

23/06/2011

Tola diversão

Hoje pela manha, vi uma cena, que me deixou perplexa...

Estava eu saindo da escola procurando pelo meu irmão, quando de repente, vejo uma manada de débil mental se aglomerar gritando coisas que eu não conseguia entender... Na verdade de inicio não me importei muito, mas então ouço uma frase solta que dizia “Espanca ela!”. Assim me dei conta de que se tratava de uma briga, uma briga física, o pior:entre duas meninas. COMO ASSIM?

Estamos, em pleno século XXI, o que leva duas crianças (sim, duas meninas de 10 ou 11 anos) a apelarem para a violência física?

O Fato é que pessoas que não possuem argumentos, por que muitas vezes na verdade não possuem um motivo real de revolta, se tratado na verdade de apenas um instinto animalesco liberto pela ignorância, apelam para isso. Pode até parecer certa arrogância minha, mas esse extremo de ignorância eu não entendo, e não compreendo, na verdade nem faço questão. Apenas me intrigo, pois é difícil assimilar que possa existir (em especial em crianças) essa gana tão primitiva, essa forma de resolução de divergências...

Outra coisa que me intrigou, de onde eu estava eu não consegui ver ninguém tentando separá-las, apenas ouvi alguns seres (que longe de parecerem humanos) gritavam, incentivando tal violência, não notei nenhuma manifestação em prol do fim da briga. COMO ASSIM? (2) O que leva seres racionais a instigar uma briga entre duas crianças?????????????? OQUE? Alguém me explica, por favor! Minha humilde inteligência não alcança este patamar de compreensão!

Violência física, não mais! (Violência verbal pode ;] aushuahs)

15/06/2011

Dia dos Namorados

Duas vogais, duas consoantes e Dois Idiotas e esta feita a merda: Amor

Ok! Essa é apenas a minha amarga visão, mas como no presente momento estou com uma quantidade considerável de amigos amarrados, vejo como uma honrosa e prazerosa obrigação prestar-lhes tal homenagem.

Incompletos, são aqueles que amam, que buscam no outro as qualidades que as vezes se quer possui, aquele que insatisfeito com a monotonia dos dias busca o descompassar do coração na presença do outro. Quando um se deixa guiar pelo brilho dos olhos do outro, e os dois se permitem se perder neste esplendido labirinto que é o amor, que leva aos confins condicionais, os faz sentir no paraíso, mesmo em meio ao caos, e transforma todos seus fragmentos de caos em pretexto a buscar o conforto nos braços outro.

O Amor é o motivo dos maiores problemas das pessoas, e a solução do maior dos problemas tambem... E só quem sente, entende.

Neste domingo, podemos ver depoimentos no Orkut, subs de MSN apaixonados, ramalhetes de flores peregrinando pela cidade no caminho de agradar a amada, assim como as caixas de chocolate em forma de corações. Podemos ver declarações em bilhetes espalhados por ai, poluindo a cidade de sentimentos, podemos ver chuva de pétalas de rosas, e palavras bonitas ditas pelas mais encabuladas e tremidas vozes.

Mas o fato, é que essa equação fatal de dois idiotas duas vogais e duas consoantes, que na verdade não possui um pingo de lógica ou exatidão desconcerta os incompletos. Que proclamam seus amores aos quatro ventos, e que baseiam sua felicidade nos momentos junto com aqueles que fazem suas felicidades recíprocas.

Parabéns, celebremos o amor neste dia, esqueça o ciúmes, o passado, os vestígios (tantas vezes irreais) de infidelidade. Pois amar é um verbo que junta dois idiotas, e que não funciona bem com outros verbos, amar, é um ato sozinho, mas que mesmo sozinho completa as vidas daqueles pobres incompletos.

12/06/2011

Crianças

Sugestão do Pedro...

Felizes seriamos nós, meros mortais, se crianças pudéssemos ser novamente.

A maior das sinceridades, as vezes indelicada e constrangedora (para os que não entendem a sinceridade). A sinceridade em cada ato, me faz perceber o contraste entre o que somos e o que éramos(quando crianças), percebo que as pessoas se assustam com a sinceridade das crianças, que adultos, n sabem entender a sinceridade.

Sinceras gargalhadas, que soam como melodia, sinceras perguntas, repletas de uma curiosidade que às vezes pegam alguns desprevenidos, sinceras lagrimas, até certa idade, sinceros repúdios, sinceros elogios.

A mais pura das travessuras, onde se chama atenção, e se faz aquele malévolo sorrisinho, que as vezes mal visto, é apenas uma forma um pouco má, de mostrar-se assim como muitas pessoas fazem, mas de forma mais dissimulada, não sei explicar, mas vejo o drama e as tramas das pessoas como as travessuras infantis, só que de forma menos pura...

A inocência. Impossível traçar um paralelo desse aspecto com os adultos, esqueça!

A espontaneidade, qualquer lugar é perfeito pra brincar, pra rir, pra chorar, pra correr, pra fazer amigos, pra gritar, as vezes(quase sempre) irrita, e muito, principalmente aquelas crianças totalmente sem noção, mas sinceramente, se as pessoas entendessem o quão valiosa é a espontaneidade, e respeitassem a espontaneidade alheia, quem sabe esse mundo não fosse cheio de textos ensaiados que nem sempre dizem tudo o que querem dizer, que são como capas padrões, como mascaras inúteis e ocas.

O fato é que não nascemos com faces podres, não nascemos falsos, não nascemos maliciosos, todas as repugnantes pessoas já foram seres bonitinhos, fofinhos, idiotas e irritantes, que arrancam sorrisos dos rostos mais emburrados.

05/06/2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dias Frios

Nos dias frios, cenas são montadas na minha mente, e a subjetiva beleza dessas cenas dificilmente seria vista por outros olhos, pois antes de tudo é a beleza que brota de dentro do desejo de minha alma de talvez viver aquelas cenas, que mesmo que banais, a meus olhos são belas.

São cenas que aparecem na minha mente e se vão, assim como o vapor que sai da boca nesses dias frios e desaparece na calma brisa cortante, gelada.

Talvez sejam esses momentos a Fuga, de tudo, nos momentos mais críticos, onde agüentar a bomba relógio de dentro de mim parece impossível, não que a minha volta haja caos, pior que isso, esta tudo em paz, cada coisa em seu lugar, o caos esta em um lugar de onde não posso fugir, dentro de minha mente, dentro do meu coração, em cada célula, esta na minha alma.

Qualquer lugar se torna melhor, e a imensidão se torna o meu abrigo. Enclausurar, é o verbo. Em certo momento de sua existência algo dentro da lagarta clama por liberdade, ela se enclausura como quem se prepara para libertar. Ou um ferimento, cuja cicatriz só é possível após uma casca o acobertar.

As melhores metamorfoses ocorrem no silêncio e na solidão, e leva tempo, necessita de paciência.

Acontece que hoje as pessoas têm necessidade de se mostrarem, e têm pressa, Com tudo!

O Tumblr, Twitter, sub de MSN, comunidades no Orkut, são os murais de exaltação da depressão (isso sem falar nos blogs de adolescentes idiotas). E é rápido, segundos após a postagem de uma frase depressiva – KABOOM - uma explosão de amigos (muitas vezes falsamente) preocupados, que o farão desabafar e se sentir melhor, mas é como tomar uma aspirina para aliviar a dor de uma amputação, pode até ajudar, mas é paliativo.

A melhor maneira de resolver as coisas é com silêncio e solidão, e a melhor ajuda que um amigo pode prestar a uma pessoa em alguns momentos, é deixar que ela viva esse momento, um pouco de frieza. Dias frios, como o gelo que se coloca em um hematoma, que é necessário.
04/06/2011

Doente?

Sinto-me adoecer, sinto dores nas costas e na garganta, sinto o enrijecer de minhas articulações, meus membros pesados, quase sempre cansados, e estou surda de um ouvido. Isso que digo e enceno, com um olhar tristonho sustentado por densas olheiras contrastadas com minha pele pálida por falta de saúde, é o que tantos fazem, é um exagero, pois estar doente é tão cômodo, tão melhor.

Adoro estar doente, estar doente é muito legal. E todos acham isso, não neguem! Todo mundo cuida de quem esta doente, chazinho, sopa sanduíche, gelatina, maça e suco de laranja levados de bandeja até a caminha do pobre coitado. Uma pessoa doente sempre é tratada melhor, com a exceção dos hospitais públicos é lógico...

Mas o trunfo e estar doente, é que isso te torna digno de pena aos olhos alheios, e eu não acho que isso seja uma coisa ruim, pois dessa forma se ganha benefícios, bajulações e proteção redobrada, qual a desvantagem disso? Lógico, que não falo apenas da pena gerada pela debilidade física, mas também a que é gerada pela deficiência, em especial a de caráter... Pois tem muito doente por ai que não vomita ou tosse, mas que mata estupra e rouba, e eles também têm mães, e advogados (que, diga-se de passagem, são as duas piores raças que existem porque mesmo quando o filho ou o cliente esta errado, eles os defendem até o fim...) que sempre o tratam como um pobre doentinho e eles o cuidam e o protegem de seu pior vírus: a lei. Acontece também algo que me impressiona e faz questionar quem realmente esta doente, quando um policial mata um desses “dignos de pena”, todos se enfurecem.

Desde pequenos aprendemos que não se podem machucar os outros, que o ladrão também é gente, também tem família, também tem seus motivos. Vi na TV um caso de um garoto de 17 anos que foi morto pela polícia, enquanto o repórter noticiava que os presentes aplaudiram a polícia, ouvi comentários de repúdio, e ao comentar o caso com outras pessoas obtive os mesmos comentários de repúdio...

As pessoas acham engraçado o tiririca se eleger, “o coitado mal sabe ler!”, Acham engraçado certo político que dizia que “Roubo, mas faço”, COMO ASSIM? ONDE NÓS ESTAMOS?

Principalmente no Brasil, as pessoas são pacíficas de mais, prezam de mais pela vida e pela alegria, sem perceber que nem tudo é sorrisos, e que prezar por certas vidas gera risco a outras...

Agora eu pergunto: Quem realmente esta doente? O Mau caráter? Ou a Sociedade que esta com uma miopia incorrigível?

Conclusão, onde vivemos, podemos simplesmente vestir nossos pijamas ensaiar um discurso sofredor, pois aqui, surdos e cegos diagnosticam problemas e ao invés de encontrar soluções, tentam curá-lo como se fosse uma doença, de forma tranquila, calma e a paciência dignas de um enfermo...
28/05/2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Perfeição

Sempre detestei aquelas frases idiotas de twitter e facebook como, por exemplo:

"#Ela: Existe algo mais perfeito que o brilho das estrelas? #Ele: Sim, o brilho dos seus olhos *-*”

"#Ela: Somos diferentes, não vamos dar certo #Ele: claro que vamos #Ela: Por quê? # Porque não se completa um quebra-cabeça com peças iguais”

"#Ela: Uma palavra que te defina o amor. "Ele: você <3”

Esqueçam, diálogos perfeitos estão apenas em roteiros em Hollywood, em livros, em finais de comédias românticas, em ilusões de meninas idiotas... Na vida real, eles adiam palavras bonitas, por confusão, por timidez, por medo, por indecisão, e é assim, entenda. Critico o imperfeito, e detesto a perfeição, porque ela não existe, e ela nos frustra. Mas quando da certo, mesmo que não seja perfeito, parece perfeito a quem vive, e apenas para quem vive, é um êxtase infindável, algo sem dimensões. Mas quando dá errado é um abismo sem fundo, é o fim do mundo, sim, a possibilidade viver um amanha depois do desastre de hoje, é insuportável... Mas o fato é que a vida segue. Mas é tão mais fácil quando não há sentimentos, quando é frio, sem laços, é tão menos dramático, tão menos intenso.

O Problema é que é incontrolável, e o calor do amor queima, e os laços que cria (mesmo que imaginários) nos enforcam.

Quando é frio, você diz “Adeus” sorrindo, quando não é frio, você diz “Até mais” chorando, sim, e dói, e muito, o menor resquício de indiferença é insuportável... Todas as cores desbotam, e tudo o que antes via como belo, se contrasta com a dor inabalável que habita e abala seu coração. As distâncias aumentam a ponto de a solidão te perturbar até mesmo no meio das pessoas mais queridas, e as melhores coisas que você já fez parecem erradas, a culpa arde de mais e os dias se tornam mais longos.

A utopia machuca os realistas, é quase como uma inveja, quantas vezes acordamos pela amanha e desejamos permanecer de olhos fechados, dormindo? É quase mesma coisa, mas a triste realidade perturba seus sonhos, e deprime seus dias.

Mas o fato é que tudo passa... Até uva passa (Créditos pela piada cretina a @Caco_Schultz). E o que realmente mantém todo esse drama é o excêntrismo, pois se olharmos para os lados veremos problemas tão maiores, e nossas lágrimas perderam o sentido, lógico que a dor permanece, mas perde sua importância.

Ninguém tem o direito de roubar o sorriso de seus dias, mas nada te impede de abdicar de sorrir por uns dias, por não poder ter da forma como quer, alguém que sem esforço lhe faz sorrir.
17/05/2011

A Raiva

“O ódio que exalava de meus poros me banhava em suor, a raiva era quase sólida, me corroía, me matava. Era como se meu corpo ardesse em chamas enquanto eu estava distante e fria.

Permiti que ela se esvaísse da forma mais primitiva ridícula e eficaz, pela agressividade. Esmurrei a porta a parede, as coisas que eram inanimadas, pois naquele momento mataria, morreria, enlouqueceria. Minha visão se distorcia tremula. Uma turva contradição tecia os momentos, que pareciam mais intensos. As coisas estavam todas erradas e apenas pareciam piorar a medida que eu conduzia a situação que era na medida do possível, a melhor maneira.

Naquele mar de sentimentos escabrosos, em um olhar de relance no espelho, não reconheci aquela figura feia, que por traz das lagrimas bufava, a feiúra além do de costume, era física, psicológica e espiritual.”

A Raiva possui esse poder, articula argumentos (e xingamentos) rapidamente, traz a força bruta, agressividade para lutar contra quem resgata esse monstro e habita cada um de nós.

Porém, o problema é justo esse, é o monstro dentro de nós, a nossa parte animalesca, bruta, que fere aos outros e a nós mesmos (muito mais a nós mesmos, os enraivecidos). É como tudo na vida, deve ser medida controlada, e nada como a calma para guiar a dosagem das coisas.

Dizem que a raiva é o sentimento mais próximo do amor, mas a raiva de que falo é a genuína, aquela que traz átona nossos instintos assassinos, quem nunca sentiu, não vai entender, até porque falo de uma situação extrema, mas é bem diferente daquela raiva “pós-namoro” ou “pós-fora”, essa raiva é até saudável e traz boas risadas ao detestado e ao enraivecido depois que ele percebe a burrada que estava fazendo...

Autocontrole amigo! É o que necessitam os enraivecidos. Raiva: todo mundo tem, já teve ou terá...
28/04/2011

A Doença

Essa semana, o massacre em uma escola do Rio de Janeiro, deixou perplexos um País, e parte do mundo... O surto de um jovem de 20 e poucos anos que matou 12 crianças e suicidou-se. Não há o que justifique, o que este indivíduo fez, não existe argumento que o descrimine, e principalmente que console as famílias ou desdramatize principalmente as crianças que viram seus colegas e amigos morrer ou levaram tiros.

O que ouvi das pessoas desde que souberam do caso (quase todas as que conheço) foi algo no sentido de revolta, ou procura de solução, pessoas dizendo que deve haver segurança nas escolas, retirada de armas das ruas, pessoas desejando que ele queimasse no inferno, e outras desejando que Deus tivesse piedade de sua infeliz alma, pessoas dizendo que a culpa era da família dele, pessoas chamando-o de louco, doente, complexado às mais diversas formas, ok, não vou dizer que não há sentido algum nessas coisas... Porém, hoje (08/04) pela manha um comentário de um amigo meu, me pareceu muito mais sensato, não lembro as exatas palavras, mas ele disse que o sujeito era vítima da sociedade.

Sim, não sabemos (Até o momento) os motivos reais do porque de ele ter feito isso, mas, hipóteses de hereditariedade de esquizofrenia, ou outras doenças mentais a parte, existe outra doença muito mais grave e que, muitos de nós não percebemos, esta tomando a todos nós de maneira alarmante, como uma epidemia: a individualidade. Sim, somos individualistas, queremos ser únicos, originais, e selecionamos com quem interagiremos por seu nível de compatibilidade conosco. Ok, não é via de regra, mas tem muito disso, e isso cria certo afastamento, e muitas vezes uma “submissão” do excluído que precede a revoltas as vezes de uma proporção assustadora como foi a do rapaz. Poucas pessoas estão de fato abertas a amizades com pessoas diferentes.

Mas o fato é que as pessoas são diferentes! Nem sempre vai ser fácil um gremista conviver com um colorado, uma menina com um menino, uma pessoa quieta com uma extrovertida, mas ser “xiita” não é o caminho. Sempre há uma pessoa que por algum motivo não adere ao grupo, às vezes ele é o individualista e acha que não tem nada a ver com os outros, mas às vezes é falta de acolhimento do grupo, esse distanciamento gera muita coisa, as pessoas são muito cruéis, entenda.
Mas eu sei, que se uma pessoa não quer, duas brigam sim, e que se uma pessoa quer, duas pessoas podem ser amigas também. É questão de saber conviver, não digo nem aceitar, apenas respeitar.

Não sei o que houve, mas depoimentos confirmam que o rapaz era altamente retraído e sem amigos, mas duvido que se ao menos uma pessoa tivesse olhado para esse pobre infeliz, tivesse se interessado a ponto de não querer deixá-lo sozinho, de acolhe-lo à amizade, não digo por pena, mas por uma questão de humanidade, é quase instintivo, não podemos viver sozinhos, desde a pré-história, não apenas os seres humanos mas a maioria dos animais viviam (e até hoje é assim) em conjunto, mas alguma coisa mudou, hoje o coletivo também é individualista.
Aprendamos a ser humanos, resgatar os reprimidos, todos temos algo diferentemente especial, e somos especiais apenas por sermos diferentes, podemos impedir que esse tipo de história se repita...
08/04

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Perplexidades

Acordamos a cada manha em busca de uma verdade, mas existe uma margem que evitamos, ou talvez nos esqueçamos de chegar até ela, como uma folha em branco, onde as letras nos dão certeza, mas as margens são brancas, podemos escrever o que quisermos, mas jamais teremos certeza se o que escrevemos realmente condizia com o verdadeiro.Mas principalmente ao chegar em questão abstratas, e especialmente humanas, nos vemos diante de paradigmas que nos deixam perplexos . Pessoas, nobres e profanos seres (ir)racionais, detentores de um poder que não pode ser dimensionado ou controlado, seres totalmente padrões, mas diferenciados por variáveis sutis. Do mais bruto ao mais gentil, todos eles possuem uma base singular, como o alicerce de sua estrutura que os torna pateticamente iguais, e não se enganem imaginando certa “superioridade” em minhas palavras, pois me vejo em cada tolice humana, cada erro que observo, e que critico também cometo, pois é também da natureza humana a hipocrisia.

As margens a que antes me referi, representavam os extremos, como os extremos na folha que não nos dão certeza, os extremos humanos também nos desnorteiam: O amor e o ódio, a inércia e a ação, o certo e o errado, o pecado e a virtude, que na verdade estão ligados, mas estão afastados pelos meios termos (aah, permita-me interromper minha linha de raciocínio para acrescentar uma observação, não existem meios termos, SEMPRE pende para algum lado, mesmo que não aparente, mesmo que não penda de fato, ninguém esta 100% encima do muro, mesmo que não revele isso.).

Condeno metade das coisas que faço e critico a outra metade, e repudio as coisas que não adoto, e ao mesmo tempo adoro todas essas coisas e me divirto com as pessoas e suas pobres condições de superioridade em suas hierarquias imaginarias. Somos contraditórios, um grande escritor (cujo nome não me recordo) disse algo que em minha concepção traduziu todas as pessoas “Quem nunca se contradiz, em algum momento não falou a verdade”. A vida é uma teia de verdades que se desmentem, de mentiras que se tornam verdades pelo simples verbo “acreditar”. Mas eu cansei de acreditar, acreditar por acreditar, não que eu vá passar a desacreditar de tudo, mas quero questionar, as futilidades, as atitudes, as “verdades” incompletas, quero transmitir a minha perplexidade aos que acreditam cegamente.

Sei que não vou descobrir todas as verdades, seria prepotência (coisa de gente humana) de minha parte achar que conseguirei, mas vou buscar. Diga que minha busca é sem sentido, vou te fazer perceber que está enganado dizendo isso e acreditando em tantas outras coisas tão mais sem sentido do que minha busca.

Ficamos Perplexos, com as verdades, e com as mentiras que passam aceitas despercebidamente, ficamos perplexos quando percebemos nossa estagnação de conceitos, quando percebemos que não mais pensamos, mas sim engolimos conceitos prontos, de mentes retrogradas de personalidades diferentes de nós deixamos velhas verdades desenhar nossa realidade enquanto olhamos, e aceitamos. Busco mentes pensantes, busco pensar, e apenas quando estamos perplexos, quando nos deparamos com o inaceitável tomamos posição de mudança, nem sempre é agradável mexer em nossas feridas, em nossos erros, mas é necessário. Amo a verdade, e o certo, ou seja, amo coisas que não existem, mas busco descobrir o que amar, busco encontrar verdades e certezas,e busco dividir essas com aqueles que se disporem a ler e me ajudarem a compor algo que nos tire da perplexidade de certezas vazias.

Sejam Bem vindos.

Considerações especiais ao meu amigo, ao meu irmão @surion13 (Arthur Pohl) que me disse q meu texto tava uma bosta e me fez ver que podia fazer melhor 'exagero

04/04/2011