domingo, 16 de outubro de 2011

Talvez uma bobagem, ou um desabafo...

Ainda não tive o imenso desprazer de ter alguém querido levado pela morte, mas já tive uma breve noção da dor que ela causa, vi esvair-se o brilho no olhar de um sorriso com uma boa lembrança, e já senti indiretamente essa dor... Talvez por isso eu ainda consiga falar de morte de forma quase natural, e provavelmente de forma errada, mas esse texto não tratara de morte, ao menos não da morte comum, falarei de uma morte diferente, uma quase indolor pela qual passamos e vemos as pessoas que um dia amamos passar e dói apenas quando caímos na real, elas morrem e nós morremos sem perceber, só dói quando nos damos conta de que não há como voltar atras...

A pouco tempo notei que o brilho em meu olhos também se vai mesmo que eu esteja sorrindo ou lembrar coisas boas, e que rever algumas pessoas mais me angustia do que me alegra, não que eu não goste mais delas, mas é que revê-las com novos amigos, novos trejeitos, novas gírias, novos sonhos, e perceber que não acompanhei essas mudanças e que já não faço parte dessa vida, me trás saudade do tempo em que estávamos juntos, mas ao mesmo tempo me alivio em notar pequenos resquícios do que ela já foi. Não é ciumes, ou talvez seja, até porque, mesmo que voltemos a ser unidos como antes, não será a mesma coisa, meu velho amigo morreu, em seu lugar esta outra pessoa que eu talvez já não mais conheça, e isso assusta...

É uma perda, assim como a morte, por que depois que ha o distanciamento, não volta a ser como era, por mais que se tente, sera uma nova amizade, mas as vezes apenas teimo em me agarrar as lembranças que trazem o desejo de que seja como antes, talvez por que eu jamais tenha assimilado aquele clichê que diz que "tudo é passageiro"...

Seja por uma morte violenta, vinda de uma discussão, palavra mal dita, precipitada, ou no sutil sucumbir do tempo com a implacável rotina, ou com novas amizades.

Mas no final das contas, velhos amigos sempre viverão em nossas mentes, as boas lembranças não morrem, apenas nós morremos, nós da maneira que eramos, se é evolução ou degradação, é mera questão de opinião, mas o fato é que não passamos de, como diria o grande Raul, "Metamorfoses Ambulantes". Quem fui a 1 ano atras já não existe mais melhorei algumas coisas, piorei em outras, deixei amizades pra trás amizades que me faziam mal, e também deixei amizades que me faziam bem, não por opção, mas por que quem sou atualmente é totalmente incompatível com essas também novas pessoas.





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