quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dias Frios

Nos dias frios, cenas são montadas na minha mente, e a subjetiva beleza dessas cenas dificilmente seria vista por outros olhos, pois antes de tudo é a beleza que brota de dentro do desejo de minha alma de talvez viver aquelas cenas, que mesmo que banais, a meus olhos são belas.

São cenas que aparecem na minha mente e se vão, assim como o vapor que sai da boca nesses dias frios e desaparece na calma brisa cortante, gelada.

Talvez sejam esses momentos a Fuga, de tudo, nos momentos mais críticos, onde agüentar a bomba relógio de dentro de mim parece impossível, não que a minha volta haja caos, pior que isso, esta tudo em paz, cada coisa em seu lugar, o caos esta em um lugar de onde não posso fugir, dentro de minha mente, dentro do meu coração, em cada célula, esta na minha alma.

Qualquer lugar se torna melhor, e a imensidão se torna o meu abrigo. Enclausurar, é o verbo. Em certo momento de sua existência algo dentro da lagarta clama por liberdade, ela se enclausura como quem se prepara para libertar. Ou um ferimento, cuja cicatriz só é possível após uma casca o acobertar.

As melhores metamorfoses ocorrem no silêncio e na solidão, e leva tempo, necessita de paciência.

Acontece que hoje as pessoas têm necessidade de se mostrarem, e têm pressa, Com tudo!

O Tumblr, Twitter, sub de MSN, comunidades no Orkut, são os murais de exaltação da depressão (isso sem falar nos blogs de adolescentes idiotas). E é rápido, segundos após a postagem de uma frase depressiva – KABOOM - uma explosão de amigos (muitas vezes falsamente) preocupados, que o farão desabafar e se sentir melhor, mas é como tomar uma aspirina para aliviar a dor de uma amputação, pode até ajudar, mas é paliativo.

A melhor maneira de resolver as coisas é com silêncio e solidão, e a melhor ajuda que um amigo pode prestar a uma pessoa em alguns momentos, é deixar que ela viva esse momento, um pouco de frieza. Dias frios, como o gelo que se coloca em um hematoma, que é necessário.
04/06/2011

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