sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tristeza por falta, ou contra falsa Felicidade

Hoje não estou bem. O céu esta azul, o Sol esta brilhando, a temperatura esta agradável, comi um pedaço de pizza fria no café da manha, calcei meus tênis mais confortáveis, e ao sair de casa me foi concedida a dádiva de por acaso o radialista ter tocado minha música favorita. Consegui forçar um sorriso a um velho conhecido não mais relevante na minha vida e menti para alguns amigos quando questionada se estava tudo bem.

Está tudo em ordem, nem mesmo a chuva que veio lavar meu corpo e alma no final da tarde e que quase destruiu o livro que ainda não terminei de ler me chateou, o livro era um saco mesmo...

Mas a noite sozinha no meu quarto, o espelho me mostrou a face jovem ocultando uma alma velha e cansada, vi o sorriso ocultando contrações faciais desgostosas, de desgostos sutis do dia a dia, mas que possuem o dever de serem sucumbidos pelas coisas boas, ou pelo mero consolo de que "podia ser pior" ou "Não há nada realmente errado". Vejo também a falsidade nesse rosto, mantida pela necessidade, talvez não de estar, mas de aparentar estar bem.

Jamais entendi esse problema que o mundo tem com o protesto silencioso contra tudo que a melancolia representa. Não estou dizendo que gosto de ficar triste, estou dizendo apenas que ao contrário da maioria das pessoas, estou cansada de aceitar com um sorriso sem graça as coisas que não me agradam, fingir que estou bem e condenar meus lutos, sucumbir minhas dores e sorrir sem estar feliz. Sorrisos são coisas maravilhosas, a perfeita expressão corporal de um regozijo da alma, e que as pessoas veem banalizando, utilizando como uma máscara para ocultar males não encarados, problemas apenas aceitos e consequentemente jamais solucionados, se tornou uniforme, todos devem usar, isso exercita a falsidade das pessoas, e fica cada vez mais fácil vê-la, e esse talvez seja o maior motivo da minha infelicidade, além do fato de querer me desprender de qualquer coisa que possa me assemelhar a elas, que me repulsam.

Adotei um olhar enraivecido, revoltado, descrente, frio, distante e sincero no lugar de um sorriso falso, por obrigação. Quando eu estiver feliz, sorrirei, não será todos os dias, mas será sincero.

2 comentários:

  1. Mas olha que lindo, um texto que fala do cotidiano... Ficou muito bom e com um tempero de pessoalidade/personalizada que desnudou a alma intrínseca da autora para seus leitores mais intrincados em si mesmos... Riquíssimo!!!
    Adorei querida!!!

    Obs: vou me gabar: ESSA É MINHA ALUNA!!! HEHEHEHE...

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  2. Veja o último texto que escrevi e postei em meu blog http://cronutopia.blogspot.com/2011/10/para-ler-dom-casmurro.html
    Obs: Leia o radapé, dediquei-o a você com a motivação de indicar o seu blog para meus leitores.
    Abraço!

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