terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Raiva

“O ódio que exalava de meus poros me banhava em suor, a raiva era quase sólida, me corroía, me matava. Era como se meu corpo ardesse em chamas enquanto eu estava distante e fria.

Permiti que ela se esvaísse da forma mais primitiva ridícula e eficaz, pela agressividade. Esmurrei a porta a parede, as coisas que eram inanimadas, pois naquele momento mataria, morreria, enlouqueceria. Minha visão se distorcia tremula. Uma turva contradição tecia os momentos, que pareciam mais intensos. As coisas estavam todas erradas e apenas pareciam piorar a medida que eu conduzia a situação que era na medida do possível, a melhor maneira.

Naquele mar de sentimentos escabrosos, em um olhar de relance no espelho, não reconheci aquela figura feia, que por traz das lagrimas bufava, a feiúra além do de costume, era física, psicológica e espiritual.”

A Raiva possui esse poder, articula argumentos (e xingamentos) rapidamente, traz a força bruta, agressividade para lutar contra quem resgata esse monstro e habita cada um de nós.

Porém, o problema é justo esse, é o monstro dentro de nós, a nossa parte animalesca, bruta, que fere aos outros e a nós mesmos (muito mais a nós mesmos, os enraivecidos). É como tudo na vida, deve ser medida controlada, e nada como a calma para guiar a dosagem das coisas.

Dizem que a raiva é o sentimento mais próximo do amor, mas a raiva de que falo é a genuína, aquela que traz átona nossos instintos assassinos, quem nunca sentiu, não vai entender, até porque falo de uma situação extrema, mas é bem diferente daquela raiva “pós-namoro” ou “pós-fora”, essa raiva é até saudável e traz boas risadas ao detestado e ao enraivecido depois que ele percebe a burrada que estava fazendo...

Autocontrole amigo! É o que necessitam os enraivecidos. Raiva: todo mundo tem, já teve ou terá...
28/04/2011

Um comentário:

  1. Nossa! Esse pode ser considerado tranquilamente um poema em prosa...
    Ira: um dos piores pecados capitais, não acha?! Espero nunca ser o causador de raiva em ti, pois esse espírito que escapou em seu texto parece ser bem poderoso... Muito bom!!!

    Abraço!!!

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